Blog da Karina Oliani http://karinaoliani.blogosfera.uol.com.br Aqui, Karina Oliani vai compartilhar todos os segredos de treino e alimentação para as aventuras que você quer viver: escalar, correr, nadar, voar. Além disso, com o passaporte recheado de carimbos, será uma ótima guia de viagens para destinos incríveis. Tue, 11 Feb 2020 15:36:34 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Uma experiência que visa transformar o mundo em um lugar mais justo http://karinaoliani.blogosfera.uol.com.br/2020/02/11/uma-experiencia-que-visa-transformar-o-mundo-em-um-lugar-mais-justo/ http://karinaoliani.blogosfera.uol.com.br/2020/02/11/uma-experiencia-que-visa-transformar-o-mundo-em-um-lugar-mais-justo/#respond Tue, 11 Feb 2020 07:00:27 +0000 http://karinaoliani.blogosfera.uol.com.br/?p=196 Enquanto escalava o Kilimanjaro na Tanzânia em 2018, um amigo me contou pela primeira vez sobre o TETO, uma organização que atua em 19 países da América Latina e se dedica a promover o desenvolvimento comunitário em comunidades de extrema vulnerabilidade social. Senti que o Henrique Barbosa, 39 anos, pai, marido, escalador, advogado, kitesurfer e muito mais havia sido fortemente impactado por essa experiência, mesmo sendo essa pessoa proativa e que sempre está em busca de novos desafios.

Senti que tinha algo de especial em sua fala, algo que estava disposta a experienciar também. O Henrique me contou de suas obras anteriores em um mutirão de construção e como isso teve um grande impacto em sua vida e nas pessoas ao seu redor.

O TETO tem como missão o desenvolvimento comunitário, lado a lado com os moradores que vivem em situações precárias de infraestrutura. Com o auxílio de voluntários, eles desenvolvem projetos de infraestrutura comunitária como áreas de lazer, melhoria nas tubulações existentes de esgoto e melhorias de acessibilidade na comunidade, campos de futebol e, principalmente, moradias emergenciais.

Ao decidir participar do meu primeiro TETO pude ter uma noção real da dimensão de transformação que a organização possui. 

“No mutirão de construção, passamos um final de semana com nossa equipe e dezenas de voluntários que se predispõem a conhecer a fundo e vivenciar a realidade das comunidades mais carentes, experimentando as mesmas privações que os moradores do local em que atuamos possuem. Comemos com eles a comida feita por eles, não tomamos banho por conta da escassez de água, temos uma rotina de sono bem limitada por conta de longas horas de trabalho, além de fazer um esforço físico que, como esportista por toda minha vida, confesso que não poderia esperar. Com certeza não dá para voltar indiferente à essa realidade tão próxima de nós e, por vezes, tão escondida. Tive dificuldade de voltar à nossa bolha depois dessa experiência”, comentou Henrique.  E esse foi um dos principais motivos que me fez desejar tanto fazer parte disso.

No 2° semestre do ano passado, eu e o Henrique montamos um time com outras pessoas que tinham essa mesma vontade e determinação para participarmos de um mutirão de construção no Jardim Gramacho, o famoso “lixão” no Rio de Janeiro.

Moradoras: Dona Maria mãe e sua filha, também Maria

Lá conheci dona Maria, uma senhora de 90 anos que mora com sua filha, também Maria, de 70 anos. A situação delas era de extrema precariedade. O terreno onde moravam foi um desafio para o nosso trabalho. Por ser uma região de mangue, com muito alagamento em dias de chuva, tivemos que lidar com a lama do local. Além disso, estávamos em uma área ao lado de um esgoto sanitário. A moradia delas enfrentava infestações de marimbondos e muitas infiltrações.

Foi um trabalho desgastante e pesado, tanto física quanto psicologicamente. Chegamos na sexta-feira à tarde, fizemos nosso “check in” como equipe e terminamos nossa construção no domingo à noite. Porém todo esforço só deixou o trabalho ainda mais bonito. Tínhamos o time certo no lugar certo. Uma das coisas que mais me tocou foi ver dona Maria (a filha) também ajudando a gente, preparando nossa comida, auxiliando os voluntários e líderes como podia. A força e a história de vida dessa mulher é muito forte, inspiradora e me fez lembrar que coragem faz realmente jus a origem dessa palavra “agir com o coração”.

 

 

 

 

 

 

Participar de construções definitivamente não é algo que está na minha rotina. Nunca tinha participado efetivamente da obra de uma moradia. Mas levo o Manifesto do Instituto Dharma, o qual ajudei a construir, muito a sério e não tenho dúvida que toda e qualquer pessoa é agente transformador do seu entorno, consciente ou não deste fato. Que há que se fazer disponível para o constante aprendizado e busca da verdade existencial individual, para que possamos evoluir coletivamente de forma harmônica, responsável e ética. 

Que viabilizando o acesso a condições dignas de existência às pessoas contribuímos com nossa própria existência, com a dos nossos semelhantes e das gerações por vir. Pois somos todos “UM” com o universo, indissociavelmente unidos pela mesma energia que tudo permeia, seja matéria, pensamento ou ação.

Que promover a independência e a autossustentabilidade de comunidades desfavorecidas é a única forma de garantir a abundância e prosperidade dos seres humanos, gerando recursos materiais e imateriais, essenciais ao seu desenvolvimento e à sua subsistência a longo prazo.

Que o contato com diferentes culturas contribui para uma visão mais plural de mundo, inclusiva com relação às diferenças de classe social, idade, gênero, credo ou etnia.

Somos todos responsáveis pelo mundo que construímos até aqui, quer isso nos agrade ou não.

E logo a busca de soluções concretas para minimizarmos determinado problema gerado por lacunas no poder público não se trata de bondade, se trata de uma equação simples que se resume em “lutar pelo mundo que deseja”!

Se você se sentiu, assim como eu, que essa aventura te chama, aproveito para explicar mais sobre como participar do TETO. Para isso, pedi que a Andressa, gestora da sede da organização, me explicasse as frentes de atuação. Hoje, o TETO conta com voluntários de participação pontual ou permanente. Para participação pontual, basta inscrever-se em uma das atividades que são divulgadas por eles no site, Facebook e Instagram. Porém, se tiver interesse em participar de forma permanente, fique atento aos processos de seleção do TETO, que ocorrem duas vezes por ano, inclusive o próximo será no final de março.

Agradeço imensamente a cada membro do meu time: Henrique Barbosa – Advogado; Marcelo Schiaffino – Engenheiro; Paulo Vitor Santos – advogado; Quedayr Tominaga – Médica; Luiz Villanova – Médico; Maximo Kausch – Guia de montanha; Camila Martinez- médica; Manoel Montello – Biólogo; Isabella Ilha e Gabriel Leme – Líderes TETO; Andressa Good – gestora da sede do TETO no Rio de Janeiro, por terem topado o convite e por continuar me dando esperança em relação a humanidade, incluindo a Isabella Ilha (Isa) e o Gabriel Leme (Gabs) que não apenas nos ensinaram e lideraram, mas que colocaram a mão na massa com a gente todo final de semana. E, principalmente, quero registrar minha admiração ao Henrique, que com um milhão de funções que exerce com excelência, ainda dispôs boa parte do seu tempo ajudando os novatos com cada detalhe pra esse TETO.

 

 

Por fim, desejo que a gentileza e o bem comum estejam sempre à frente de cada intenção, de cada ação que a gente venha a ter para que esse mundo venha a se tornar um lugar mais humano e mais justo para todos.

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Todos temos nosso próprio Everest e cabe a cada um identificá-lo e subi-lo http://karinaoliani.blogosfera.uol.com.br/2020/02/04/todos-temos-nosso-proprio-everest-e-cabe-a-cada-um-identifica-lo-e-subi-lo/ http://karinaoliani.blogosfera.uol.com.br/2020/02/04/todos-temos-nosso-proprio-everest-e-cabe-a-cada-um-identifica-lo-e-subi-lo/#respond Tue, 04 Feb 2020 12:35:42 +0000 http://karinaoliani.blogosfera.uol.com.br/?p=192 Recentemente compartilhei com vocês como foi minha visita ao IMAE (Instituto de Medicina Aeroespacial). Hoje decidi trazer outro tema que também envolve a FAB: o curso da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais da Aeronáutica (EAOAR).

Esta escola faz parte da Universidade da Força Aérea (UNIFA) e tem como objetivo aperfeiçoar oficiais no desempenho de funções administrativas, operacionais e de assessoramento, por meio do Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais da Aeronáutica (CAP). Neste espaço, fui convidada para falar e dividir alguns aprendizados da minha vida, da minha carreira e das minhas expedições com os oficiais que estavam finalizando o curso.

A Capitão Médica da Força Aérea, Vanessa Duarte, que participou do curso, comentou das dificuldades que eles enfrentam: “Os oficiais ficam afastados de suas atividades e, muitos deles, de suas famílias, por longas 19 semanas”. Tive uma grande responsabilidade ao ser convidada para conhecê-los no fim desta jornada, para poder recarregar suas energias e motivá-los a prosseguirem vibrantes até o fim deste ciclo de suas carreiras.

Além de diversos temas que os oficiais têm contato nas aulas, minha participação incluiu dividir um pouco das experiências e aprendizados que tive durante todos esses 25 anos de aventuras e viagens da minha vida.

Meu trabalho com minhas expedições envolvem muitas técnicas de planejamento estratégico, disciplina, liderança, treinamento, trabalho em equipe e gestão. Poucas pessoas conseguem dimensionar quanto trabalho existe e quantos meses de estudo e planejamento estão por trás de uma expedição bem sucedida. Mas foi justamente por isso que recebi esse convite do próprio Coronel Aviador Pedro Henrique Cavalcanti de Almeida, o Comandante da EAOAR:

“A palestra da Dra. Karina Oliani, propositalmente alocada nas últimas semanas do CAP, serviu para reforçar a importância e a atualidade das competências enfatizadas no curso. Desde sua perspectiva e de sua vivência única como médica, alpinista, palestrante, empreendedora, Karina trouxe uma valiosíssima reflexão aos Capitães do CAP 2/2019,  Turma RADIX, acerca de temas como resiliência, autossuperação, planejamento pessoal e institucional, comunicação interpessoal e liderança. A capacidade de comunicação da Dra. Karina, sua forma empática, simples, positiva e direta de abordar assuntos complexos e desafiadores foram fundamentais para fazer de sua palestra, na visão deste Comandante, de instrutores e alunos da EAOAR, um dos melhores eventos do CAP 2/2019.”

Alunos da EAOAR que me receberam em seu curso de formação

Eu vejo a organização de uma expedição como um novo projeto que possui etapas claras e bem definidas. Por isso, ferramentas de gestão de projetos podem ser muito úteis, e aplicadas nas mais diversas circunstâncias. Além disso, muitas das expedições envolvem um grupo, uma equipe. Em situações difíceis ou de longa duração, ferramentas de gestão de pessoas são essenciais para que o time se mantenha harmônico e que se alcance o objetivo juntos.

O outro tema foi princípios da liderança, envolvendo características que pessoas devem desenvolver para poder guiar e manter uma equipe motivada. Tarefa que requer inspiração, proatividade, criatividade, ensinar através do exemplo, entre outras. O Coordenador Acadêmico da EAOAR, Tenente Coronel Aviador Utzig escreveu:

“Pra mim, ela demonstrou muita força de vontade e disciplina ao explicar como planejou, divulgou seu projeto e recebeu poucas respostas dos possíveis patrocinadores. Mesmo assim, ela se manteve firme e com disciplina para manter os treinos em dia. Se manteve com a moral elevada e com fé na sua missão. Por fim, conseguiu uma resposta positiva de uma empresa e conseguiu dar prosseguimento ao projeto.”

Minha experiência em situações extremas pode diferir em alguns aspectos das situações enfrentadas pelos oficiais da FAB, porém recebi o retorno deles de que a comparação entre as duas situações produziu um olhar novo e muito interessante. Pois, independente de seu objetivo, algumas atitudes e valores são os mesmos. 

Como disse, a Capitão Médica da Força Aérea Anne-Rose, participante do curso, “o que atrai é a garra e o pioneirismo, junto com a alegria e a generosidade da Karina que são contagiantes”.

Acredito que com o conhecimento adquirido em mais de 25 anos praticando esportes extremos e as mais variadas aventuras, tenho alguma coisa para dividir com pessoas que buscam metas parecidas. Seja em grandes empresas e corporações ou em equipes novas, posso dizer que cada um tem o SEU Everest e cabe a cada um apenas identificá-lo e subi-lo.

Além das palestras, também desenvolvi algumas dinâmicas com os oficiais que as fizeram refletir sobre as novas ferramentas adquiridas durante esse curso, sobre o que querem para suas carreiras militares e para suas vidas e como vão lidar daqui para frente com desafios e com gestão de tropas. O que certamente eles enfrentarão são situações complicadas e que exigirão um equilíbrio entre o trabalho em equipe, planejamento, liderança e motivação, tanto própria quanto dos seus liderados.

Sem dúvida foi um prazer enorme aprender com eles durante esses dias. E me encheu ainda mais de orgulho das nossas Forças Armadas. Saio dessa experiência com gratidão e transformada. Afinal, a mente que se abre a uma nova ideia nunca volta ao seu tamanho original.

Por fim, além dos profissionais que trouxe os relatos, gostaria de agradecer ao Capitão Médico Álvaro Canuto e à Capitão Médica da Força Aérea Carla Isabel Silvestre.

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Cada indivíduo pode ser agente transformador do seu entorno http://karinaoliani.blogosfera.uol.com.br/2020/01/21/cada-individuo-pode-ser-agente-transformador-do-seu-entorno/ http://karinaoliani.blogosfera.uol.com.br/2020/01/21/cada-individuo-pode-ser-agente-transformador-do-seu-entorno/#respond Tue, 21 Jan 2020 07:00:37 +0000 http://karinaoliani.blogosfera.uol.com.br/?p=151 No final do ano passado comentei com vocês sobre práticas ecológicas que uma hospedagem pode ter. Esse mês visitei um refúgio distante do litoral, mas que me encantou. E como esse blog é para trazer orgulho, alegria, conhecimento e boas dicas, hoje o bom exemplo é dado pela pousada Ronco do Bugio.

Localizada a cerca de 2 horas da capital paulista e com uma área de 12 hectares, ao chegar todos os seus sentidos são influenciados pela mata densa. O som dos bugios que habitam o lugar dá sentido ao nome. Os funcionários, extremamente cordiais, não medem esforços para agradar aos hóspedes.

José Luiz Majolo, que já frequentava essa região, começou a perceber que o desmatamento e a caça estavam cada vez mais graves e que toda essa riqueza e mata atlântica estavam ameaçadas.

Se questionando como evitar isso, Majolo teve a ideia de construir algo que pudesse oferecer outras fontes de renda para moradores locais e, assim, assegurar a floresta.

“Conhecer e contratar gente da terra é uma forma de auxiliar o desenvolvimento de Piedade (cidade onde está localizada a pousada). Na cozinha utilizamos ingredientes locais, em boa parte orgânicos, que não só deixam a comida mais fresca e saborosa, como também promovem a economia e a conscientização dos produtores da região”, me contou Majolo.

pousada Ronco do Bugio

Fiel ao propósito, ele e sua esposa fizeram questão de utilizar apenas material de demolição e tijolos antigos para levantar novas paredes. Fatima Majolo me disse que eles aproveitaram espaços que já não tinham mata e é por isso cada chalé tem sua decoração e localização únicas, que não obedecem a nenhum padrão, mas todos são de extremo bom gosto.

Passei 3 dias respirando o ar úmido e limpo da mata atlântica. Fiz diversas trilhas, por sinal muito lindas e bem sinalizadas, e que me levaram a 2 cachoeiras geladas e revigorantes. Conforme caminhava, me perguntava como seria o mundo se todos os hotéis, pousadas e moradores pensassem e agissem como a família Majolo…

“Sabemos que a preservação da mata começa no abastecimento de água que é feito pelo poço artesiano do terreno. Assim, eliminamos uma grande quantidade de garrafas plásticas e de C0² gerado no transporte. Aqui também desenvolvemos uma mini-hidrelétrica, que aproveita o declive natural do terreno e gera cerca de 30% da energia que consumimos. Não usamos nenhum produto de limpeza que contém substancias ácidas, cáusticas ou corrosivas. A água que usamos volta para a natureza depois de tratada com bactericidas naturais. E os uniformes dos funcionários são confeccionados com algodão orgânico e tingimento natural na sua produção”, relatou orgulhosa Gabriela Majolo, filha e atualmente administradora desse caso incrível de hospedagem sustentável.

Pousada Ronco do Bugio

No final do dia fui assistir ao pôr-do-sol da jacuzzi dessa pousada e degustei alguns aperitivos do cardápio que esses descendentes de italianos escolheram a dedo.

E, de verdade, essa pousada é linda, rústica, confortável ao extremo, chique, gostosa, mas o maior charme dela, sem dúvida, é servir de exemplo de como cada indivíduo pode ser agente transformador do seu entorno. Bonita por fora, mas principalmente por dentro.

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Medicina aeroespacial cuida de pilotos, comissários e comandantes http://karinaoliani.blogosfera.uol.com.br/2020/01/14/medicina-aeroespacial-cuida-de-pilotos-comissarios-e-comandantes/ http://karinaoliani.blogosfera.uol.com.br/2020/01/14/medicina-aeroespacial-cuida-de-pilotos-comissarios-e-comandantes/#respond Tue, 14 Jan 2020 07:00:53 +0000 http://karinaoliani.blogosfera.uol.com.br/?p=141 No final de 2019, tive a experiência de revisitar o IMAE (Instituto de Medicina Aeroespacial Brigadeiro Médico Roberto Teixeira). Esse instituto oferece apoio à Força Aérea Brasileira nas áreas de Saúde Operacional, Evacuação Aeromédica e Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear. Decidi trazer o tema para vocês, uma vez que o conhecimento difundido por este instituto complementa a minha formação na medicina de resgate, porém muitos não sabem que temos no Brasil um centro de pesquisa como este.

Todos os treinamentos e pesquisas realizadas pelo IMAE contam com equipamentos especializados para estes procedimentos. Na sua infraestrutura, o instituto conta com uma câmara hipobárica para a simulação de voos despressurizados, um simulador de ejeção, cadeira de desorientação, entre outros instrumentos utilizados no treinamento fisiológico a que os aeronavegantes são submetidos durante sua carreira.

A medicina aeroespacial é uma especialização dentro da medicina, com o foco em tratamento e prevenção de doenças que estão relacionadas à atividade aérea constante. Os principais pacientes desta medicina são pilotos, comissários e comandantes de aeronaves, mas se você é um passageiro frequente, também pode fazer parte do perfil. Além disso, faz parte deste grupo qualquer paciente que for resgatado por uma aeronave em áreas remotas ou não.

Em média, em 2019, mais de 8 milhões de pessoas utilizaram diariamente o transporte aéreo comercial. Por ser uma realidade a muitos, é comum existir o questionamento de quem está contraindicado a voar. Este, por exemplo, é um tema ao qual podemos recorrer ao IMAE para informações precisas e atualizadas.

Visita ao IMAE

Nosso corpo, em situações extremas de altitude, por exemplo, sofre efeitos como a hipóxia (baixa oxigenação), disbarismos, desorientação e fadiga. Sem o cuidado e o conhecimento, uma atividade de altitude pode nos colocar em grandes riscos e iminente perigo. Durante meus anos de estudo em medicina de altitude, pude entender melhor as especificações da fisiologia humana nestas condições, e muito deste conhecimento também se aplica à medicina aeroespacial, estudada pelo IMAE. As condições de um paciente que vai voar são muito diferentes das de um paciente ao nível do mar. Por este motivo, existe uma medicina especializada para mergulhadores que trabalham sobre grandes pressões ou para montanhistas que trabalham com o hipobarismo.

Por fim, gostaria de agradecer ao IMAE e à FAB por toda contribuição a medicina aeroespacial no Brasil e, especialmente, à Diretora do IMAE, a Coronel Médica Ana Paola Brasil Medeiros, ao Cel. Av. Pedro Henrique Cavalcanti de Almeida e ao Prof. André Gonçalves por compartilharem um pouco deste conhecimento comigo.

Fontes:

https://www.iata.org/en/pressroom/pr/2013-12-30-01

http://www2.fab.mil.br/imae/

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Neste verão, faça detox digital e aproveite a natureza de forma consciente http://karinaoliani.blogosfera.uol.com.br/2019/12/24/neste-verao-faca-detox-digital-e-aproveite-a-natureza-de-forma-consciente/ http://karinaoliani.blogosfera.uol.com.br/2019/12/24/neste-verao-faca-detox-digital-e-aproveite-a-natureza-de-forma-consciente/#respond Tue, 24 Dec 2019 07:00:41 +0000 http://karinaoliani.blogosfera.uol.com.br/?p=133 É maravilhoso se jogar em aventuras mundo afora.

Mas também é incrível poder fazer isso pertinho de casa.

Ilhabela é um dos destinos mais procurados do litoral de São Paulo. E nesta ilha existe um refúgio ainda mais especial que eu adoro: a praia do Bonete. O acesso a essa praia só é feito de barco, com as tradicionais canoas “boneteiras”, ou por uma trilha de 12 km pelo Parque Estadual de Ilhabela.

Crédito: Karina Oliani

Chegar de barco é uma experiência única já que essa região da costa de Ilhabela tem uma beleza intocada. Mas em dias de mar bravo, a única opção é realmente a trilha. Ela começa na Ponte Sepituba, no extremo sul da ilha, e é importante saber que pode ser um pouco cansativa para quem não está acostumado com esse tipo de hiking (chegando a durar até 6 horas). Então, se você não estiver acostumado com essa atividade, recomendo você a levar um guia, apesar de toda trilha ser muito bem sinalizada.

Passar por cachoeiras como a da Laje e a do Areado com certeza já faz valer a aventura. Essa trilha valeria a pena só pelo ar puro e pela delicadeza dos detalhes de mata atlântica virgem, mas caso você possa passar alguns dias na praia do Bonete, vai concordar comigo que é uma praia que merece que você gaste o seu tempo lá. E, ao final da trilha, foi exatamente o que fiz. Entre as opções de hospedagem, fiquei três noites na Pousada Canto Bravo, que absolutamente me encantou.

Localização da Pousada Canto Bravo, na praia do Bonete

Primeiramente, porque minha conexão com a natureza resulta em um olhar crítico para a forma como lidamos com práticas sustentáveis. E foi boa parte por este motivo que a Canto Bravo me conquistou. Também porque todos os detalhes na pousada são criados para que seja um espaço ecologicamente saudável. Da geração de energia – fornecida por três grandes placas solares -, até a garrafas de plástico, que foram abolidas dos quartos e substituídas por um lindo cantil de vidro. Existe essa preocupação com todos os processos de consumo, inclusive com o descarte correto de resíduos orgânicos para compostagem e com a destinação do lixo reciclável.

A pousada cultiva uma horta com parte dos alimentos que são servidos no restaurante. Foi uma delícia experimentar a caipirinha especial, feita com folhas de tangerina e gengibre. Após a minha escolha, o barman colheu as folhas frescas de tangerina em uma árvore da pousada e preparou a melhor caipirinha de cachaça que já degustei. O restaurante, assim como todo o resto da pousada, à noite fica todo iluminado à luz de velas, dá um charme especial à decoração rústica e de extremo bom gosto da Canto Bravo. Obedecendo a boa e tradicional culinária caiçara serve o arroz boneteiro, um risoto de dar água na boca à base de frutos do mar, que são responsavelmente adquiridos de pescadores locais, o que contribui com o crescimento da economia da comunidade. Mas eu optei pelas opções vegetarianas.

Crédito: Karina Oliani

A proposta da pousada é se desconectar para se conectar. Lá não tem sinal de telefone ou internet, então aproveitei para estar presente e recarregar as energias nesses dias.

Pedi algumas dicas para André Queiroz, dono da pousada, que conhece a região melhor do que ninguém.

Ele me recomendou um passeio de barco que saiu da praia do Bonete e foi até o Farol do Boi, é um lugar incrível para fazer fotos, mas o mar tem que estar calmo. Na volta mergulhamos na Toca e terminamos o passeio na praia paradisíaca de Indaiaúba, onde o único acesso é de barco, como fizemos, ou por uma trilha que fica a cerca de 2 horas saindo da praia do Bonete.

No dia seguinte o mar subiu, o vento terral entrou e as esquerdas (ondas) estavam perfeitas. Não preciso nem dizer que me perdi nas horas que passei surfando, mas também, para quem curte, a pousada oferece caiaques e prancha de stand-up.

Por fim, minhas dicas para esse verão são:

  1. Procure estar realmente presente e faça uma desintoxicação digital, se puder.
  2. Aproveite a natureza de forma consciente e sustentável.
  3. E se você ainda não conhece, vá para a praia do Bonete e depois pode me agradecer.

Até semana que vem!

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Vegetarianismo e esportes extremos: como é minha reposição de nutrientes http://karinaoliani.blogosfera.uol.com.br/2019/11/26/vegetarianismo-e-esportes-extremos-como-e-minha-reposicao-de-nutrientes/ http://karinaoliani.blogosfera.uol.com.br/2019/11/26/vegetarianismo-e-esportes-extremos-como-e-minha-reposicao-de-nutrientes/#respond Tue, 26 Nov 2019 07:00:44 +0000 http://karinaoliani.blogosfera.uol.com.br/?p=100

Para praticar um esporte, é importante estarmos saudáveis, tanto na parte física quanto psicológica. Nossa mente tem que estar sã e temos que ter um condicionamento muito bom. Para aqueles que praticam esportes radicais como eu, mais ainda! Sempre procurei me exercitar mantendo um bom físico. Para mim, é muito importante se alimentar bem, evitando excessos.

Agora com minha rotina de mudanças para o vegetarianismo, sempre tem alguns processos para ajustar a alimentação, mas nada drástico. Por mais que seja estranho para alguns, a dieta vegetariana pode, sim, suprir todas as necessidades nutricionais de um indivíduo. O importante é seguir com acompanhamento médico sempre e estar bem equilibrada.

A maior dúvida levantada das pessoas em relação ao vegetarianismo é a proteína (presente principalmente na carne branca ou vermelha), mas, na verdade, existem várias outras opções que são tão proteicas quanto, por exemplo: ervilha, feijões, quinoa, grão-de-bico, entre outros.

Procuro sempre me alimentar com os alimentos energéticos, como legumes, alguns cereais, macarrão, frutas. Alimentos que gosto muito e me fazem bem, e que me trazem a força que preciso para encarar os desafios. Foi uma das melhores escolhas virar vegetariana e não me arrependo, eu me sinto com energia renovada, além de mais preparada para obstáculos.

E, lembre-se, seja qual for o tipo de vegetarianismo, consulte um profissional da saúde (médico ou nutricionista) e faça uma avaliação do seu estado nutricional.

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O desafio de escalar a montanha mais linda do mundo: a Ama Dablam http://karinaoliani.blogosfera.uol.com.br/2019/11/19/o-desafio-de-escalar-a-montanha-mais-linda-do-mundo-a-ama-dablam/ http://karinaoliani.blogosfera.uol.com.br/2019/11/19/o-desafio-de-escalar-a-montanha-mais-linda-do-mundo-a-ama-dablam/#respond Tue, 19 Nov 2019 07:00:14 +0000 http://karinaoliani.blogosfera.uol.com.br/?p=105

Desde pequena o desafio me fascina. Ouvia sempre falar da montanha mais bonita do mundo, ela estava ali nos meus planos, só me faltava a janela de oportunidade. Dessa vez surgiu a chance e pensei: “Por que não?”. Um local extremamente bonito, de me fazer apaixonar a cada dia mais. Eu sempre estou em busca de novos desafios, lugares inexplorados e expedições incríveis. Isso não é novidade para ninguém. Dessa vez optei por um local extremamente lindo, considerado uma das montanhas mais bonitas do mundo.

Ama Dablam é definitivamente uma montanha muito técnica e encantadora. Localizada no Nepal, encanta todos que a conhecem e que acabam a escalando. Não conheço ninguém que não tenha a escalado e não comentou de sua beleza. É realmente de tirar o fôlego e arrancar suspiros.

Seu pico principal tem 6812 metros de altura. É considerado o terceiro local mais popular do Himalaia para expedições. Há quem diga que é uma escalada muito mais técnica que o Everest. Tenho que concordar. É realmente uma montanha bem difícil, com muitos pontos estratégicos e a atenção tem que estar redobrada sempre!

O cume é um dos lugares onde se tem uma vista maravilhosa (dá para enxergar Everest, Lhotse, Kachenjunga), considerado os lugares mais altos do mundo.

Acho que posso classificar como uma das escaladas mais bonitas da minha vida. Deixo já destacado dois pontos: a torre amarela –a parede de escalada mais desafiadora — e o acampamento 2 –que é meio que “pendurado no topo de uma torre”, absolutamente diferente e único.

Essa montanha definitivamente não é recomendada para iniciantes. É de um nível extremamente alto e perigoso. Foi preciso respeitar o clima, a montanha, ter muita calma e toda a ajuda para conseguir ter mais uma trajetória concluída. Como sempre, mais uma história para contar. E que história linda.

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Vegetarianismo e esportes: dieta sem carne não afetou minha resistência http://karinaoliani.blogosfera.uol.com.br/2019/10/31/vegetarianismo-e-esportes-dieta-sem-carne-nao-afetou-minha-resistencia/ http://karinaoliani.blogosfera.uol.com.br/2019/10/31/vegetarianismo-e-esportes-dieta-sem-carne-nao-afetou-minha-resistencia/#respond Thu, 31 Oct 2019 06:00:30 +0000 http://karinaoliani.blogosfera.uol.com.br/?p=86

Esporte para mim vai além de uma paixão, é algo que respiro e vivo diariamente. Para conseguir fazer todas as minhas viagens, escaladas e atividades, procuro sempre me alimentar da melhor forma. A alimentação é uma base muito importante para conseguir realizar qualquer exercício físico. Ainda mais para quem pratica esportes outdoor que nem eu, com exercícios de resistência, ou escaladas. Para conseguir se manter no ritmo é preciso boa forma e força para chegar em seus objetivos.

 

Desde pequena, comia carne vermelha e de um mês para cá virei vegetariana. Para muitos, o fato de ser uma atleta que pratica esportes radicais e ser vegetariana simultaneamente pode parecer estranho. Isso vem de um certo preconceito de que em dietas sem carne faltam proteínas e nutrientes. Na verdade, é apenas um mito. Existem outras fontes de alimentos proteicos que não sejam a carne vermelha e branca.

Sempre me incomodou o fato de causar sofrimento e morte para outras criaturas. Eles estão aqui nesse planeta para evoluir, assim como nós estamos. É bem difícil mudar de uma forma tão brusca o cardápio, mas tenho consciência de que não vou ser responsável pela morte de outros seres. Importante deixar destacado que ao mudar seus hábitos alimentares, é necessário consultar um médico especialista para verificar a melhor dieta e balanceamento alimentar que combinará com você!

 

Nessa viagem para o Nepal, foi a minha primeira experiência com a junção do esporte e do vegetarianismo, e estou me sentindo muito bem com uma energia muito forte e me sentindo cada vez mais resistente para encarar novos desafios!

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Viagens e imagens: um exercício de autoconhecimento e culturas http://karinaoliani.blogosfera.uol.com.br/2019/10/22/viagens-e-imagens-um-exercicio-de-autoconhecimento-e-culturas/ http://karinaoliani.blogosfera.uol.com.br/2019/10/22/viagens-e-imagens-um-exercicio-de-autoconhecimento-e-culturas/#respond Tue, 22 Oct 2019 06:00:18 +0000 http://karinaoliani.blogosfera.uol.com.br/?p=67

Sempre viajei muito sozinha.

Gosto da simples contemplação das paisagens que me atravessam, da introspecção que os diálogos silenciosos “de mim comigo mesma” provocam. É uma forma de meditação. Um mergulho profundo em verdades e medos, que muitas vezes estão muito bem escondidos lá dentro da gente e quando viajamos – ficando longe de família, amigos e pequenos confortos materiais – eles afloram. Mas é também uma chance de crescimento, de rever conceitos e ressignificar o olhar dos nossos hábitos e nossa cultura, a partir de outra cultura.

Viajar nos esculpe.

Vai tirando, camada após camada, os excessos. Nos deixando crus e alinhados novamente com nossa verdadeira essência.

O lado ruim de se viajar só é não ter alguém ao lado pra compartilhar o momento. Pra sentir com você o calor do vulcão no rosto, o frio na barriga do abismo ou sentir a energia pura de uma benção de um Lama em algum monastério tibetano. E por mais que você volte com fotos e vídeos maravilhosos eles nunca fazem jus ao que você experimentou. Os registros audiovisuais têm uma limitação muitas vezes frustrante. Mas ainda assim são a melhor maneira de se documentar essas experiências: se os olhos são a janela da alma, as fotos são o registro da vista que nossa existência tem.

Tendo visitado mais de 100 países, por inúmeras vezes me peguei em lugares absolutamente surpreendentes e que me faziam pensar: “Todo mundo, ao menos uma vez na vida, precisava ver isso daqui”. Muitos desses lugares, cantos remotos do planeta de difícil acesso e logística complicada.

Lugares em que poucos turistas conseguem chegar. Locais de natureza intocada, de cultura rica e de beleza ímpar. O mundo, apesar de globalizado e com sinal 4G em quase todo canto, ainda esconde joias escondidas.

E foi pensando justamente em compartilhar experiências únicas nesses lugares excepcionais que comecei a organizar pequenos grupos para viagens que chamo de “épicas”. Junto com o amigo fotógrafo – e também sócio – Andrei Polessi, começamos a montar roteiros de expedições fotográficas pelo mundo: visitamos monges em monastérios isolados nos Himalaias, comunidades sherpas no Nepal, tribos no interior da Etiópia, vilas de agricultores no vale de Zanskar – extremo norte da Índia.

Nosso desafio é facilitar o acesso a lugares escondidos. Muito mais que levar as pessoas para fotografar paisagens magníficas e culturas de beleza única, oferecemos uma experiência de imersão antropológica. Queremos mostrar a verdade local, ao invés de lojinhas de souvenires ou paisagens emolduradas de dentro de um ônibus com ar-condicionado.

Isso muitas vezes envolve ter que sair da zona de conforto. Envolve dormir em barracas aos pés de um glaciar durante uma nevasca, comer sentado no chão aos pés de um fogão à lenha de uma casa sherpa ou ainda abrir mão de banho por alguns dias.

Muitas vezes para se ver o arco-íris é preciso encarar a chuva.

A recompensa disso tudo vem em imagens espetaculares, mas principalmente em encontros e momentos inesquecíveis. Uma experiência real e para toda a vida. A fotografia acaba sendo só uma desculpa que usamos para estar ali, vivendo aquilo.

Foi assim agora no Nepal com nosso último grupo.

Por quase duas semanas, percorremos caminhos fora do “mainstream” na região do Annapurna. Na companhia de meu amigo e “anjo da guarda” das escaladas, Pemba Sherpa – juntamente com seu time de sherpas da comunidade de Patle – pudemos experimentar a hospitalidade e a cultura local como poucos.

Fizemos imagens absolutamente maravilhosas. Registros primorosos de trekkings espetaculares por entre as montanhas mais altas do mundo (um dia caminhamos até 4.200 m de altitude), visitas a vilarejos e seus moradores e monastérios budistas milenares. Nos aquecemos em lodges simples tomando o famoso ginger-lemon-honey tea, nos jogamos no vazio de parapente em Pokhara e após um voo de helicóptero épico por entre montanhas de 8.000 m de altitude, pousamos no Tilicho Lake, a 5.100 m, para uma sessão de fotos.

Namaste.

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Uma nova viagem ao Nepal em busca de aventuras e da imagem perfeita http://karinaoliani.blogosfera.uol.com.br/2019/10/15/fiz-uma-nova-viagem-ao-nepal-em-busca-da-imagem-perfeita/ http://karinaoliani.blogosfera.uol.com.br/2019/10/15/fiz-uma-nova-viagem-ao-nepal-em-busca-da-imagem-perfeita/#respond Tue, 15 Oct 2019 07:00:31 +0000 http://karinaoliani.blogosfera.uol.com.br/?p=55 O Nepal, apesar de ser um dos menores países da Ásia, sem dúvida é um dos que mais me encanta. Em nepalês, escrevemos नेपाल, um país da região dos Himalaias, limitado a norte pelo Tibete, atualmente autônomo da China, e a leste, sul e oeste pela Índia.

Dessa vez, pedi ao Pemba Sherpa, um grande amigo, que preparasse uma viagem mais que especial. Nela, eu e Andrei Polessi faríamos nossa 1ª edição do Epic Shots, um workshop de fotografia, no Nepal.

 

Começamos nossa viagem pela capital Katmandu. A bondade e a resiliência dos nepaleses são admiráveis. Apesar de suas 12 diferentes etnias, todos convivem em perfeita paz. Na cidade, nos aproximamos mais da cultura local e de alguns templos para sentir a vibração das duas principais religiões: o budismo e o hinduísmo.

Conhecemos o templo Pashupatinath, chamado também de Pashupati. Um complexo religioso e um dos santuários dedicados ao deus hindu Xiva, um dos mais reverenciados do mundo. É um dos mais importantes locais de peregrinação pelos hindus e considerado Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco.

O templo é bem grande, seu formato é de um cubo. No total, tem quatro entradas principais e todas com decorações lindas que encantam. O prédio atual foi levantado no século 17 para substituir templos antigos que já estavam desgastados. Segundo as suas tradições, o local é usado para a fé há mil anos. Para outras pessoas, o período ultrapassa desses anos.

Nossa próxima parada foi Swayambhunath, outro complexo religioso, principalmente budista e hindu. Também conhecido como Templo do Macaco, devido à existência de uma colônia de macacos considerados sagrados que vivem na parte noroeste do complexo. Localizado em um cume em uma das colinas de Catmandu.

 

 

Por fim, visitamos também a estupa de Boudhanath, uma das maiores do mundo, considerada pela Unesco um Patrimônio Mundial desde 1979. Boudhanath é chamado de estupa por conta de sua forma, que o budismo considera a representação arquitetônica do cosmo: uma torre com uma construção com cobertura curvada e que contem relíquias budistas.

Pintado na torre estão os olhos de Buda, que te acompanham durante a caminhada. Seguindo a tradição tibetana, é necessário andar em volta da estupa na direção do relógio, assim como é necessário girar os cilindros de reza nessa direção.

 

 

No dia seguinte, fomos visitar a cidade de Besisahar. Fomos de carro, então deu para ver bem a parte de campo do Nepal. Gostamos muito da vista, repleta de rios, fazendas e dos Himalaias, cobertos por uma densa floresta durante nossa viagem.

 

 

Ao acordarmos, pegamos o carro e fomos de Besisahar para Pisang, região norte do Nepal. Uma viagem que durou mais ou menos seis horas. Mas o que mais chamou atenção de todos foi o grau de dificuldade da estrada 4×4 onde dirigimos. Depois de muito chacoalhar, chegamos em Upper Pisang e ficamos em um vilarejo muito charmoso.

Tudo isso foi só pra começar a viagem! Imagina as aventuras que vêm por ai nas próximas semanas.

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