Medicina aeroespacial cuida de pilotos, comissários e comandantes
No final de 2019, tive a experiência de revisitar o IMAE (Instituto de Medicina Aeroespacial Brigadeiro Médico Roberto Teixeira). Esse instituto oferece apoio à Força Aérea Brasileira nas áreas de Saúde Operacional, Evacuação Aeromédica e Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear. Decidi trazer o tema para vocês, uma vez que o conhecimento difundido por este instituto complementa a minha formação na medicina de resgate, porém muitos não sabem que temos no Brasil um centro de pesquisa como este.
Todos os treinamentos e pesquisas realizadas pelo IMAE contam com equipamentos especializados para estes procedimentos. Na sua infraestrutura, o instituto conta com uma câmara hipobárica para a simulação de voos despressurizados, um simulador de ejeção, cadeira de desorientação, entre outros instrumentos utilizados no treinamento fisiológico a que os aeronavegantes são submetidos durante sua carreira.
A medicina aeroespacial é uma especialização dentro da medicina, com o foco em tratamento e prevenção de doenças que estão relacionadas à atividade aérea constante. Os principais pacientes desta medicina são pilotos, comissários e comandantes de aeronaves, mas se você é um passageiro frequente, também pode fazer parte do perfil. Além disso, faz parte deste grupo qualquer paciente que for resgatado por uma aeronave em áreas remotas ou não.
Em média, em 2019, mais de 8 milhões de pessoas utilizaram diariamente o transporte aéreo comercial. Por ser uma realidade a muitos, é comum existir o questionamento de quem está contraindicado a voar. Este, por exemplo, é um tema ao qual podemos recorrer ao IMAE para informações precisas e atualizadas.
Nosso corpo, em situações extremas de altitude, por exemplo, sofre efeitos como a hipóxia (baixa oxigenação), disbarismos, desorientação e fadiga. Sem o cuidado e o conhecimento, uma atividade de altitude pode nos colocar em grandes riscos e iminente perigo. Durante meus anos de estudo em medicina de altitude, pude entender melhor as especificações da fisiologia humana nestas condições, e muito deste conhecimento também se aplica à medicina aeroespacial, estudada pelo IMAE. As condições de um paciente que vai voar são muito diferentes das de um paciente ao nível do mar. Por este motivo, existe uma medicina especializada para mergulhadores que trabalham sobre grandes pressões ou para montanhistas que trabalham com o hipobarismo.
Por fim, gostaria de agradecer ao IMAE e à FAB por toda contribuição a medicina aeroespacial no Brasil e, especialmente, à Diretora do IMAE, a Coronel Médica Ana Paola Brasil Medeiros, ao Cel. Av. Pedro Henrique Cavalcanti de Almeida e ao Prof. André Gonçalves por compartilharem um pouco deste conhecimento comigo.
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